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Conferência apresenta experiências latino-americana em ensino superior indígena
foto: Marcos Bergamasco
Conferência apresenta experiências latino-americana em ensino superior indígena
24/09/2004 13:33:38
por Coordenadoria de Comunicação Social
Ações voltadas para formação de professores indígenas foram o foco das discussões
Ações voltadas para formação de professores indígenas foram o foco das discussões

A socialização de experiências em ensino superior indígenas na América Latina e as ações voltadas para formação de professores indígenas foram o foco das discussões durante a tarde de ontem ( 24.09) na I Conferência Internacional de Ensino Superior Indígena, realizada na Unemat Campus de Barra do Bugres, a 160 km da capital.

Tendo como facilitadores representantes de Universidades da Bolívia, Equador e da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura ( Unesco), as mesas-redondas promoveram espaços de interação, com a abertura de debates e indagações sobre as experiências apresentadas.

“Esse é um novo ponto de partida onde todos estamos sendo indicados a compartilhar, discutir, analisar e propor dentro de uma construção conjunta, afirmando o nosso compromisso para contribuir com uma educação para a diversidade. Isso implica em pensar que é possível um mundo cada vez mais includente e participativo”, analisa o representante da Unesco da Guatemala, Otto Ricardo Rivera Alvarez.

Segundo ele, o encontro é fundamental para educação em todos os níveis de governos brasileiro e latino-americano por possibilitar a criação de políticas públicas para uma educação voltada para os povos indígenas e construída pelos próprios povos.

“A língua, cultura e a afirmação da identidade própria desses povos é a parte constituída do novo paradigma educativo”, completa Otto.

POVOS TRANSFRONTEIRIÇOS

Entre as experiências foram apresentadas realidades como da Bolívia que segundo o representante da Universidad Mayor de San Simón, Fernado Prada, tem 60 % de sua população, composta por indígenas. Ele afirma que no cenário educacional o atendimento a parte dessa demanda foi contemplado em 1996 com a criação de uma reforma educativa construída a partir de todo um processo histórico.

O fortalecimento desse processo, segundo Prada, é possibilitado em espaços como a conferência indígena por permitir que os esforços dos povos indígenas e das Instituição Ensino Superior sejam consolidados com o intercâmbio de experiências e ampliar a oportunidade de reflexão de políticas diante, inclusive da constatarão da realidade transfronteiriça de alguns povos.

“ dentro dessa realidade transfronteiriça podemos identificar povos como os Guaranis que estão tanto na Bolívia, como no Brasil, Paraguai e Argentina “ exemplifica Prada, elencando a importância de discussões em conjunto entre os países latino-americanos.

EDUCAÇÃO PRÓPRIA

A situação da educação indígena no Equador, país com cerca de 4 milhões de habitantes foi apresentada por Jorge Garcia, representante da Univerisidad do Amawtay Wasi, instituição que desenvolve há três anos uma experiência em ensino superior indígena. Segundo ele, estudos não governamentais apontam que cerca de 40 % da população do país é indígena tendo 13 nacionalidades ( com idiomas próprios) e 19 povos ( de dialetos diferentes). A estatística contrapõe dados oficiais que indicam que a população indígena no país corresponde 25% do total de habitantes.

A preocupação com o sistema educativo é, para o palestrante, prioritária por este está diretamente ligado a consolidação de vários segmentos como a saúde e a cadeia produtiva. Ele explica que olhar as experiências e propostas em diversos contextos, estabelecendo relações com outros povos e de outras nacionalidades indica que é possível pensar em uma educação diferente, nova. “ Esta conferencia vai demonstrar que os povos e nacionalidade podem construir coisas distintas e próprias e que ajudem a repensar o processo educativo desses países”avalia.

PARTICIPAÇÃO

a conferência que será realizada até amanhã ( 25.09) reúne cerca de 400 pessoas entre representantes de 38 etnias, movimentos indígenistas, entidades governamentais, não governamentais, organizações internacionais, instituições brasileiras de ensino superior,Ministério de Educação (Mec), secretarias de educação.e representações de cinco países da América Latina.

O evento é promovido em esforço conjunto entre o governo do estado, Unemat, por meio do projeto 3º Grau Indígena, Seduc, Secitec, Mec, Funai, Conselho de de Educação Escolar Indígena de Mato Grosso e Prefeitura de Barra do Bugres.

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